Coproduções e parcerias nas animações

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As coproduções internacionais de animação e os festivais regionais do setor podem dar mais impulso à indústria criativa na América Latina, segundo profissionais experientes do mercado que participaram do Painel comKids, no Fórum Brasil de Televisão.

A fundadora e diretora do Festival Internacional de Animação da Argentina, o Expotoons, foi uma das palestrantes do painel. Rosanna Manfredi, produtora e animadora do mercado porteño, comemorou o acordo fechado entre organizadores de grandes festivais latinoamericanos para a troca de experiências e consolidação de novas parcerias regionais.

Entre os eventos parceiros, o brasileiro Anima Mundi e o chileno Chilemonos. “Os festivais crescem e estimulam a indústria de animação”, afirmou Rosanna Manfredi, que, entre outras produções do gênero, já dirigiu séries animadas para o México.

No Brasil, o Anima Mundi é um exemplo de sucesso na interação com o mercado de animação. Marcos Magalhães, cineasta, autor de curtas premiados e professor de Animação na PUC-RIO, é um dos fundadores e diretores do festival brasileiro e também participou do painel. Ele reforçou o papel fundamental dos festivais como espaço para descobrir novos talentos, testar novos formatos e provocar encontros.

Marcos Magalhães também defendeu as parcerias e coproduções entre países da América Latina como forma de preencher “complementaridades intensas”. Segundo ele, enquanto no Brasil a falta de profissionais especializados é um problema para a produção, no Chile, a formação profissional do mercado de animação já está equacionada.

Formação profissional, aliás, é também uma preocupação do Anima Mundi, o único festival latinoamericano qualificado oficialmente para participar da escolha do Oscar de animação. O Anima Mundi mantém, paralelamente às mostras, atividades como workshops e masterclasses. “Ainda está em estudo, mas estas oficinas podem ficar mais permanentes. A ideia é oferecer uma formação continuada”, anunciou Magalhães.

Tendências

O mercado abre cada vez mais perspectivas para o mercado da animação. Sabrina Nudeliman Wagon, CEO da distribuidora e agência de vendas brasileira Elo Company, também participou da Mesa comKids e foi taxativa: “Animação é o segmento de maior retorno por investimento. O potencial de rentabilidade é maior na animação, se comparado com o live action.”

As possibilidades se expandem com o potencial de interatividade do produto. “Animação é produto perfeito para transmídia, multiplataforma”, ressaltou Marcos Magalhães, do Anima Mundi. Por isso mesmo, a recomendação principal de Sabrina Wagon aos produtores de animação é a garantia de todos os direitos desde o desenvolvimento. “A necessidade de aquisição de direitos para plataforma digital é uma tendência internacional”, ressalta Sabrina.

Os números da indústria ratificam os prognósticos de alto impacto. Segundo Sabrina Wagon, da Elo Company, 62% dos títulos no ranking de conteúdo infanto-juvenil são animações, de acordo com o painel dos principais mercados na Europa, América do Norte e Austrália.

Sabrina apresentou o case do longa brasileiro de animação O Menino e Mundo, de Alê Abreu, que ainda está em negociação com mais de dez compradores e já foi vendido para mais de 15 territórios na América do Norte e na Europa.

Ela destacou algumas características do projeto que ajudam a explicar a trajetória de sucesso no exterior: o conteúdo original, a qualidade artística, a história universal e a linguagem imaginária do filme, que dispensa dublagens e legendas.

Rosanna Manfredi, do festival Expotoon, também trouxe cases de grande penetração de mercado na Argentina. Entre eles, a superprodução Metegol, que no Brasil foi lançado com o título “Um time show de bola”.

O longa, que dá vida a bonecos de uma mesa de pebolim/totó, foi dirigido por Juan José Campanella, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “O Segredo de seus Olhos”.

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