O DNA da nova série infantil da TV Cultura

Um monstruoso mundo de monstros que encarnam sentimentos e comportamentos infantis é o cenário da nova série infantil “Que bicho te mordeu?”, que estreia no dia 10 de novembro na TV Cultura. Acompanhe alguns trechos da entrevista coletiva de Cao Hamburger e equipe.

20 anos depois do Castelo
Cao Hamburger (criador, direção artística e produção executiva) – “Nesses 20 anos eu trabalhei para adultos e adolescentes, mas sempre pensei que um dia voltaria para o universo infantil…Nesse programa a gente decidiu falar do básico humano, ir para dentro, focar mais o interior do que o mundo exterior. Que é o contrário do Castelo Rá-Tim-Bum (…) A gente não se inspirou no Castelo, mas acho que ele está presente no DNA de ‘Que monstro te mordeu?’.”

Aprendendo com as emoções
Philippe Barcinsck (supervisão de direção) –– “No início de cada episódio sempre tem uma criança desenhando e o desenho se transforma em um monstro de computação ou de boneco. Cada um deles representa um sentimento; então existe o monstro da frescura para comer, o monstro da inveja, o monstro do ciúme…Cada episódio trata da experiência emocional de aprender a lidar com eles.”

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Personagens da série – Divulgação

Monstros e conflitos
Teo Poppovic (criador, roteirista, diretor) – “Os monstros realmente eram essa corporificação do caos, da desorganização, da desordem. Eles encorpavam esse sentimento que é bruto, que a criança está sentindo pela primeira vez. Então eram disparates muito bons para histórias, conflitos. É a base da dramaturgia, o conflito.”

Produção
Matias Mariani (direção artística e produção executiva) – “No total foram 110 diárias de filmagem, que aconteciam em um estúdio, aqui na Quanta, na Vila Leopoldina. É um estúdio de 600 m2, que virou durante este tempo o mundo dos monstros. De parede a parede, integralmente. A gente tinha um segundo estúdio, onde se faziam os quadros e ainda teve mais oito meses de pós-produção, entre edição e finalização. Foram construídos nessa finalização os 50 personagens digitais. Além disso, a roteirização levou quase um ano e se estendeu durante a produção. Então teve momento em que a gente estava administrando a filmagem em estúdio e ao mesmo tempo escrevendo.”

Produção própria
Cao Hamburger – “No Castelo eu fui diretor, além de criar. Aqui eu também tenho uma função de produtor junto com o Matias (Mariani). Então muito da experiência que eu tive na direção do Castelo, eu usei aqui como produtor, para dar à equipe as condições que eu gostaria de ter como diretor. Por exemplo, a gente filmou em um estúdio de 360 graus. O Castelo também. Para um diretor, ter 360 graus para mexer a câmera é uma liberdade muito legal. Para o diretor e para o resultado final é a possibilidade de ter essa cara meio de cinema. Outra coisa que eu usei do Castelo é que percebi que lá os bonecos eram secundários, os bonequeiros ficavam presos. (…) Então o Castelo funcionou muito como uma fonte de experiências.”

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